domingo, 16 de dezembro de 2012

ALICE E A DELICADEZA DE ELEFANTE


4. Sou super-ultra-mega-power estabanada e descoordenada. Dificilmente passo despercebida , pois geralmente derrubo coisas, tropeço, esbarro em alguém, quebro objetos ... enfim, praticamente um tornado. ( DO post "25 coisas sobre Alice")

Junte a delicadeza de um elefante a um ser distraído sem noção de espaço e direção. Acrescente que esse Ser Humano pensa e faz mil coisas ao mesmo tempo. Está pronta uma mistura desastrosa , concordam ? Pois é, saiam da frente que Alice vai passar. Ainda bem que só tenho 1,60 m de altura ...( rs ). Imagina o Godizila com TDAH , que fofo!!! Geralmente , pessoas com TDAH tem problema de lateralidade. Essa explicação poderia ter me ajudado tanto na minha adolescência quando me achava um ser estranho e não sabia que era TDAH ... enfim , o fato que hoje muita coisas faz sentido. Coisas do tipo como eu sempre fui péssima em todos os esportes que já tentei jogar ( meu sonho era ser jogadora de vôlei, entre outras coisas, dá pra entender como por mais que eu me esforçasse era péssima) pois sempre derrubo coisas, tropeço no chão, caio , me machuco esbarrando em coisas , tenho dificuldade em distinguir esquerda-direita, jogo uma coisa para um lado e ela vai para outro .... enfim , sempre tive a sensação que tinha umas 5 mãos e 7 pés invisíveis atrapalhando o andamento das coisas. Isso sempre foi mais além da adequação dos tamanhos de que eu sempre falo. Como conviver com isso ? Usando a lei primordial de quem tem algum problema : ter consciência de que você o tem e tentar conviver com isso. Se não pode detê-lo, junte-se a ele. E assim o fiz.  Tento prestar atenção nas minhas ações (quando dá) , quando ando em um lugar apertado cheio de coisas tento diminuir o meu ritmo (quando lembro) e não me constranjo mais com minhas trapalhadas, rio delas, faço piadinhas, peço desculpas e sigo de cabeça erguida (quase sempre). E agora que já entendo o que se passa comigo penso em praticar alguma atividade física e superar meus limites (de preferência sem pessoas muito próximas para não acidentá-las . rs ). Ainda vou ter coragem e tirar minha Carteira de motorista  mas atenção : Pessoas que leem meu Blog serão avisadas com antecedência . rs. O que eu não posso é deixar de vivenciar experiências por possuir limitações, vemos todos os dias pessoas que ultrapassam os seus e são bem sucedidas então por que não posso ser como elas ? TDAH não é desculpa para deixar de fazer nada , além disso , no País das Maravilhas já matei até um Jaguadarte, oras!!!

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

ALICE E O CIRCO


3. Tenho um excelente senso de humor. Até nas situações mais adversas procuro brincar com elas e achar graça em alguma coisa. Acredito que tudo fica mais leve dessa maneira. ( Do post "25 coisas sobre Alice")

Um dia desses tive um pouquinho de inveja ao ver uma pessoa se equilibrando numa corda , pois eu não consigo nem me equilibrar ao pisar no chão. Daí veio a minha mente o circo todo e fiquei divagando qual poderia ser a minha chance de fazer parte do espetáculo, prontamente me vi vestida de palhaça , minha única vocação nesse evento. Além das minhas trapalhadas constantes, sempre tenho uma gracinha pra dizer principalmente a respeito de mim mesma ou de situações e/ou fatos constrangedores. Desenvolvi essa estratégia a fim de minimizar as coisas , pois desde cedo tive os dois pés bem fincados na tragédia. Essa confusão de sentimentos intensos , esse turbilhão de idéias nem sempre conexas com o real , trouxe aos meus olhos uma lupa, uma carne coberta apenas de uma finíssima camada de pele, um coração inchado e uma constante tempestade na mente. Ao invés de me lamentar e de ficar melindrando meus vexames , achei por ceto que já era hora de virar esse jogo e implantar a tragicomédia em minha vida. "Seria cômico se não fosse trágico" comento comigo mesma quando me vejo às voltas no meu jardim estranho e até consigo me divertir um pouco nesse compasso. Procurei colocar um toque de leveza na minha vida e colocar os problemas do tamanho que eles realmente são. Não é mágica, ainda tenho problema na adequação dos tamanhos. Bebo líquidos que me esticam , como bolos que me encolhem mas ainda sim teimo em ficar do tamanho ideal. 

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

ALICE E O FURACÃO


2. Minha inquietude sempre foi muito mais mental do que física, principalmente na idade adulta. Quando criança era bastante agitada (tipo pestinha mesmo) mas era e sou muito mais introspectiva. Do post "25 coisas sobre Alice"

Dizem que depois da tempestade vem a bonança. Eu não sei, me sinto constantemente no meio de uma. Não sei o que é calmaria , talvez algumas gotas de silêncio e paz, mas existem sempre mil coisas acontecendo a cada segundo. Viver dentro da cabeça de um TDAH não é nada fácil , pra ser bem sincera, é muito mais exaustivo do que fascinante . Desde criança ia tanto às voltas com sonhos e idéias mirabolantes, que ficava difícil me segurar em algum lugar, pois como já falei em algum post anterior , sempre aparecia um coelho branco de casaca correndo apressado com um relógio ou qualquer outra coisa para distrair minha atenção e assim me fazer mergulhar no Mundo Subterrâneo. As coisas até hoje têm cheiros e cores entorpecentes e mágicas , que é difícil me manter acordada e firme no chão. Vivo cercada de idéias, planos, projetos e sonhos , e repetidas vezes me ausento um pouco do mundo em frações de segundos. Para a minha sorte muitas pessoas não percebem isso , outras colam-me rótulos e algumas se divertem. Aprendi a tirar isso de tempo. O que me incomoda e o que elas não sabem é que a realidade crua me sufoca assim como suas salas de aulas (principalmente sentar em cadeiras enfileiradas ) , suas reuniões (principalmente porque as pessoas tendem a ser prolixas em suas explanações), suas atividades de rotina onde a atenção é essencial e principalmente seus espelhos distorcidos . Muitas vezes perco o bonde andando, outras sou atropelada pelo próprio ou ainda por mim mesma, outras vezes chego antes mesmo de haver um bonde, uma ferrovia ou um caminho. Vivo no meio de um furação inconstante que oscila em caminhos parecidos. Sinto-me dessincronizada da minha própria vida, existencializando tudo a minha volta e produzindo um abstrato no meio de um vácuo que perde sentido em cada passo que dou embora continue caminhando sem saber para onde . A minha introspecção paralisa o campo das ações concretas e produtivas. E assim , de tropeço em tropeço, tento dar uma volta no jardim inteiro, embora muitas vezes tendo a impressão de que nem sequer sai do lugar.

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

UM FAKE CHAMADO ALICE


"1. Sou muito sonhadora, vivo no País das Maravilhas e lugares afins. Não é à toa que uso o pseudônimo Alice, que é quase um anexo de mim mesma. Sonho acordada muitas vezes ao dia, principalmente quando sou obrigada a ficar parada e/ou em atividades automáticas ( antes de dormir, banho, ônibus...) " Do post "25 coisas sobre Alice".

Do post 25 coisas sobre mim , resolvi desdobrar seus itens e esmiuçar ainda mais o meu "País das Maravilhas". O primeiro item tinha que ser mesmo o primeiro porque sem ele não estaríamos falando de Alice. Desde cedo tenho mesmo essa mania de sempre ir parar nesse lugar estranho. Não consigo controlar, já faz parte de mim , já que não podia evitar passei a minha vida inteira tentando conciliar esses dois Mundos e criar mecanismos para sobreviver. Um deles foi me tornar um mutante e me aperfeiçoar em disfarces ( não é todo mundo que é benevolente com as viagens alheias) então dissimulo a atenção, apago meu rastro de destruição, esforço-me para compensar minhas falhas. Parece psicótico ? Juro que não foi premeditado, foi instintivo. O mundo pode ser muito cruel com os sonhadores e distraídos. Também o é com os passionais. E assim , no meio da tempestade, o que podemos fazer se não podemos acabar com ela? Só nos resta nos abrigar, nos proteger e seguir em frente. E assim sou essa Giselle/Alice que permeia entre mundos distintos mas que não abre mão de sua essência. Continuo sonhando mas amarro meus pés nos chão e luto contra os Jaguadartes de todo dia (Assim como D.Quixote com seus moinhos), aprendendo a  lidar com uma mente inquieta, sonhadora e cheia de tudo. 

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

25 COISAS SOBRE ALICE

Recebi há alguns dias atrás a sugestão do Peregrino DDA de postar sobre 25 coisas sobre mim. Gostei da ideia pois uma coisa que descobri sobre o TDAH é que apesar de todas as tendências temos nossas próprias características, cada um de seu modo. De qualquer modo, achei interessante fazer isso, é um exercício muito enriquecedor, sugiro que o façam , mesmo que não tenham o interesse de postar na rede. Então, lá vai ...

1. Sou muito sonhadora, vivo no País das Maravilhas e lugares afins. Não é à toa que uso o pseudônimo Alice, que é quase um anexo de mim mesma. Sonho acordada muitas vezes ao dia, principalmente quando sou obrigada a ficar parada e/ou em atividades automáticas ( antes de dormir, banho, ônibus...)
2. Minha inquietude sempre foi muito mais mental do que física, principalmente na idade adulta. Quando criança era bastante agitada (tipo pestinha mesmo) mas era e sou muito mais introspectiva.
3. Tenho um excelente senso de humor. Até nas situações mais adversas procuro brincar com elas e achar graça em alguma coisa. Acredito que tudo fica mais leve dessa maneira.
4. Sou super-ultra-mega-power estabanada e descoordenada. Dificilmente passo despercebida , pois geralmente derrubo coisas, tropeço, esbarro em alguém, quebro objetos ... enfim, praticamente um tornado. 
5. Tenho uma imaginação muito aguçada, extrapolando os limites da realidade. Gosto de passear pelo absurdo,o improvável, o surreal.
6. Ainda não me encontrei profissionalmente. Gosto do meu trabalho muito mais pelo ambiente e das pessoas do que realmente pelo que faço. Desconfio que deve ser alguma coisa ligada a criação/criatividade/arte/design mas ainda não acertei o alvo.
7. Não costumo terminar o que começo, tenho uma infinidade de projetos, cursos, metas que ficaram pelo meio do caminho. Muitas vezes isso me incomoda, pois perco o interesse pelas coisas ou as imagino inalcançáveis, ou ainda as substituo por outras.
8.Adoro, adoro, adooooro comida. Muito mais degustar do que comer mas ainda assim ultimamente ganhei alguns quilinhos indesejáveis
9. E por falar em quilinhos indesejáveis , sou bastante sedentária. Apesar de gostar da sensação depois da atividade física , tenho muita preguiça e não consigo estabelecer uma rotina de exercícios.
10. Sou muito leal aos meus amigos, que são poucos mas muito importantes para mim e os defendo com unhas, dentes e coração.
11. Gosto muito de ler mas se a leitura não me agrada não consigo ler o livro até o fim. Tenho mania , mesmo quando adoro o livro, de olhar quantas páginas tem, quantas já li e quantas faltam para acabar, não me perguntem o porquê.
12.  Tenho problemas com pontualidade, tento evitar mas geralmente chego atrasada nos lugares. O pior é que isso me chateia , por isso tenho melhorado bastante nesse ponto.
13. Sou perfeccionista e muito crítica comigo mesma. Sempre acho que poderia ter feito melhor mesmo quando as pessoas elogiam o que faço. Às vezes , chego a ser cruel em relação a mim.
14. Gosto de viajar e conhecer lugares diferentes, adoro praia , musica, cinema, bares e futebol. Torço pro Santa Cruz de Recife, o tricolor pernambucano.
15. Por falar em bares , minha bebida preferida é a vodka. Não curto ficar embriagada mas gosto de beber com amigos e de preferência comendo um bom tira-gosto. Nesses momentos fico mais leve e descontraída.
16. "Exagerada, jogada aos teus pés , eu sou mesmo exagerada..." Já dizia Cazuza quando compôs essa música para mim mesmo sem saber. Tenho tendência a fazer tempestades em copos dágua e depois ver que não era para tanto mas aí , já foi.
17. Sou um pouco melindrosa. Algumas coisas que me dizem causam um impacto maior do que deveria , principalmente as críticas, mesmo que eu saiba que faz parte do processo.
18. Tenho um verdadeiro pavor de baratas, principalmente as voadoras, mas geralmente não costumo ter medo de nada. As baratas sentem isso e aproveitam para me aterrorizar. Já fui dormir mais cedo porque tinha uma barata na sala e estava sozinha em casa.
19. Sou um pessoa bem ansiosa. Isso já me custou muita dor de cabeça e sofrimento. Hoje tento controlar mas é bem difícil.
20. Sou muito esquecida e distraída. Já esqueci malas indo pro aeroporto, cinema com amigos, sai de casa sem perceber que estava de chinelo... a lista de trapalhadas é imensa.
21. Minha memória é uma tábula rasa. Sou péssima em decorar nomes, fisionomias , datas de aniversários ... já passei vários vexames por conta disso.
22. Sou bem desorganizada mas não gosto de desorganização. Ou seja , arrumo pela manhã e desarrumo durante o dia depois arrumo novamente. Às vezes esqueço onde guardei as coisas tentando colocá-las em ordem e procuro-as desorganizando as coisas novamente. É um ciclo sem fim.
23. Sou uma montanha russa de emoções, com seus altos e baixos em alta velocidade. Intensa e desgovernada muitas vezes mas nos trilhos e em alguma direção. Amo viver a vida e preciso ser feliz urgente.
24. Sou compreensiva e empática. Posso até, no primeiro momento, tender a ser impulsiva mas sempre me coloco no lugar da outro pessoa. O problema é que muitas vezes, esqueço de mim para fazer isso.
25. Me considero uma pessoa flexível. Procuro rever os meus atos, conceitos, opiniões. Também não tenho problema em pedir desculpas e o faço até quando não é necessário. Acredito que é a forma mais eficaz de amadurecer e de tentar ser feliz. "Eu prefiro ser essa metamorfose ambulante do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo."

sábado, 13 de outubro de 2012

ALICE E O EGOÍSMO

O Egoísmo TDAH : Mais um rótulo a ser quebrado. 

Já ouvi muitas vezes as pessoas se referirem a mim como egoísta mas agora tento entender seus motivos. O fato de Alice estar sempre imaginando coisas , meio fora de órbita em lugares desconhecidos, sempre deram a ela um ar meio egocêntrico mesmo. Dessa maneira , um passo importante é procurar prestar atenção nas pessoas ao meu redor pra que eu não perca essas deixas que elas insistem em largar nos ares. O problema é que o Ser Humano tem essa mania mesmo de taxar, classificar, catalogar pessoas como se fossem coisas , esquecendo o dinamismo das personalidade e a complexidade das relação humanas. Não me considero egoísta pelos meus lapsos de memória, de desconcentração ou por não perceber certas coisas. Esse caos que habito nem sempre me dá uma trégua, mas já que não posso elimina-lo, tenho que aprender a lidar com ele. Além disso, entendo como egoísta uma pessoa que só se importa consigo mesmo em detrimento do sentimento das outras pessoas, e eu definitivamente não me vejo assim. Então, se você concorda comigo, quando te chamarem de egoísta , peçam para essa pessoa procurar no dicionário o significado desta palavra, e seu sinônimo certamente não será pessoa com TDAH. Temos o enorme desafio , todos os dias, de derrubar esses rótulos e nos amarmos apesar da hostilidade alheia. Em contrapartida , é muito bom termos amigos que nos amam como nós somos, apesar de nossas falhas e trapalhadas, esse sim é o amor sincero. Eu , nesses anos de rótulos que vaguei sem um diagnóstico preciso , à deriva sem psicoterapia , pude mesmo assim , conquistar esses amigos incondicionais , que sempre estiveram ao meu lado nos momentos mais difíceis ( inclusive nos meus chiliques e crises frequentes) e eu também pude retribuir esse amor muitas vezes  e é por essas pessoas que tento superar meus limites e me tornar alguém melhor a cada dia. 

sábado, 6 de outubro de 2012

ALICE ASSUME SUAS ORIGENS

Pra frente sempre TDAHs

É engraçado como muitas vezes neguei a mim mesma meus sonhos estranhos. Nunca dizia a ninguém que percorria coelhos de casaca e sonhava acordada com medo de ser taxada de maluca como muitas vezes já fui. Tentei disfarçar minha desorganização, minha inquietude, minha mente caótica. Sempre neguei ser estabanada, exagerada, inconstante. Pensava que escondia tudo isso na minha maneira introspectiva e, talvez, se ficasse no cantinho da sala ninguém ia perceber. Nunca quis me fazer de coitadinha por isso , me encolhi socialmente o mais que pude, mas não consegui seguir adiante. Um dia a vida te cobra isso, tinha que sair do casulo e assim o fiz , não por escolha mas pela própria necessidade de viver a vida. Tudo veio a tona e agora não posso mais negar o que sou. Aceitar quem você é sempre foi o melhor caminho. Não significa dizer que você será como uma rocha estática, precisamos de movimento, precisamos melhorar sempre nossa maneira de ver os outros e a nós mesmos e seguirmos em frente sempre. Por isso, vou continuar sim a ir ao País das Maravilhas pois isso é parte de mim mesma. Vou continuar a sonhar , a derrubar objetos , a atropelar as coisas e a , principalmente, pedir desculpas até pelo que não percebi e me recompor. Vou continuar administrando o TDAH já que este faz parte de quem eu sou e não posso negar  nem ignora-lo. Ele sempre estará lá para me derrubar ou me levantar, como diz Alexandre Schubert (TDAH - Reconstruindo a vida). Vou continuar tentando de todas as maneiras ser feliz e me tornar melhor do que fui ontem. 

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

ALICE DE VOLTA AOS SONHOS.

Voltei de um sonho nebuloso. Não esquisito como os de costume , esse, por mais "normal" que aparentasse,  era irreal entretanto menos louco , pois os sonhos de Alice sempre me parecem reais, palpáveis mas, ao mesmo tempo, inimagináveis. Depois dessa viagem inóspita , resolvi dar uma volta na sala dos espelhos (aquela que é igual a essa só que invertida.).Passei entre a névoa que separava as duas salas, brinquei com as peças de xadrez mas corri apressada para rever seu jardim antes que me chamassem para jantar e as aventuras de Alice voltaram a dar brilho mais uma vez a minha vida. Não vou dizer que a dor passou, mas posso dizer que cansei de estar triste por entender que a dor da metamorfose nos é sempre necessária. Pude olhar para dentro de mim, me reconhecer e voltar a sonhar. A esperança sempre acalantou bem mais os sonhadores que se aventuram através de suas mentes. E assim , a cada sono , a cada sonho , Alice volta a ser o que sempre foi , uma eterna criança cheia de sonhos e pensamentos estranhos para os que nunca passearam em mundos distantes e preferem fincar seus pés no chão. 

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

ALICE À DERIVA

A confusão de sentimentos.

Às vezes essa dor dói tanto que até duvido que é real, já que o imaginário costuma passear bastante pela minha mente.É uma corrida frenética de circuitos que precisam criar campos aleatórios para dar conta de tudo. Espero que essa tempestade passe logo e eu sinta que mais uma vez ela cabia num copo d'água ou que tudo isso tinha que ser necessário (geralmente é) e que mais uma vez eu sobrevivi e juntei meus cacos novamente. Por que algo que parece tão correto e tão óbvio lateja a cada pulso do meu sangue? Como é difícil se desvencilhar de um espectro ausente!!! Será que esse vazio inundado de sentimentos confusos é pior que uma enchente de mentiras concretas mas sinceras? Se é difícil entender esse texto,é bem mais escreve-lo, dar forma ao que estou sentindo agora ao colocar em palavras as atitudes que protelei até onde pude para não sofrer a dor das barreiras rompidas. Não sou a única Alice a nadar à deriva ao pular de um navio parado mas seguro. Dessa vez , não tenho só o Jaguadarte/eu-mesma/TDAH/vida para vencer, tenho que aguardar o tempo olhando ansiosamente a cada ponteiro que passa, a cada areia que escorre , a cada ferida que se fecha. 

sexta-feira, 7 de setembro de 2012

UMA SENTENÇA PARA ALICE

Quando um TDAH tem que ficar imobilizado.


Cortem a cabeça!!!! A minha , por favor. Estou ficando louca com isso. Feriadão de sol e eu aqui com torcicolo. Não consigo ficar quieta nem com dor , preciso de um dardo tranquilizante . Por favor, chamem a rainha vermelha e cortem minha cabeça!!!

domingo, 26 de agosto de 2012

A DOR DA QUEDA.

Caio num buraco sem fim, caindo, caindo... gostaria que dessa vez eu fosse parar no País das Maravilhas... sim, juro que dessa vez gostaria , mas agora caio no chão, e dessa vez não amorteci a queda em nada, estou em pedaços, com a dura realidade que teimava em não ver. O pior é que quando tentei me erguer , percebi que não havia chão, então continuei a cair novamente pois ao contrário do que as pessoas dizem a realidade não é tão sólida e identificável, pelo menos não para mim que sofro de uma doença estranha chamada sonhos. Gostaria que meu amigo coelho branco de casaca  aparecesse agora para apostar uma corrida para além do Mundo Subterrâneo e até mesmo passar uns dias lá de férias para descansar de tudo , mas ninguém apareceu para me salvar. Em vão, tento apoupar a cortina de fumaça que me entontece, que agora me deixa perdida e  sem rumo porque minhas arestas despencaram e estou completamente sozinha. Algum dia imaginei que poderia sanar minha solidão com alguém que aceitasse a minha personalidade multante , mas acho que mais uma vez calculei errado, me iludi , me distrai e perdi, mais uma vez. Como dói a dor da mutação da lagarta , quem vê a borboleta voando tão livremente e alegre nem imagina, agora eu sei.

domingo, 5 de agosto de 2012

ALICE NÃO SABE ATIRAR.

FOCO NO TIRO AO ALVO

Foco? Se alguém tiver pra vender , eu quero comprar. Compro sim, porque às vezes me canso de ouvir o tanto que as pessoas dizem a mim que preciso focar nas coisas que eu quero. Como se eu não soubesse... Isso aumenta mais ainda a minha angústia , deixa em mim uma sensação de impotência , de fracasso , sabe? E o tal do Hiperfoco? Poderia comprá-lo com meu salário mixuruca? Claro que não, preciso pagar minhas contas que não são poucas. Não consigo dar prioridades ao que é "primordial" na vida . E ainda me falam desse tal de foco , preciso dele mas não posso comprá-lo porque não se vende e mesmo que tivesse no mercado , a fila de TDAHs e pessoas em geral seria enoooorme e pela lei da oferta e da procura ... bem , não sou muito boa em economia ( minha conta bancária que não me deixa mentir), mas quer saber ? Onde posso encontrar o tal do foco? Encontrar não seria a questão pois corri atrás dele ao longo da minha vida e quando o encontro ,ele escorre entre as minhas mãos tão rápido envolvido em minha inconstante e voluptuosa alma pulsante, que quando menos espero , ele já não está mais comigo, como um gato que ri e desaparece no ar... O que faço com o coelho branco que corre apressado com o relógio na mão? Não sei , não consigo deixar de sigo-lo , também não posso assá-lo pois não me agrada a ideia de comer carne de Coelho, também não mato nada (Só o Jaguadarte diariamente), e se matar em mim esse coelho e o País das Maravilhas , acho que também estaria matando a minha essência . Então o que fazer ? Acho que continuar vivendo seria a melhor opção e sem muita opção continuar tentando agarrar esse tal de foco , mesmo que ele nunca venha pra ficar, sentindo angústia, medo, frustração e euforia também pois sem esses sentimentos e reviravoltas que fazem parte da vida , estaríamos mortos ou pior : inertes , e a inércia é pior que tomar chá com a Rainha Vermelha. Enfim , qual é a diferença entre um corvo e uma escrivaninha ? Não faço a menor ideia. E você ? Sabe me dizer qual é ?

terça-feira, 10 de julho de 2012

AS MEDIDAS DE ALICE

A MEDIDA CERTA DAS COISAS

Entre as minhas inúmeras dificuldades , a de mensurar as minhas atitudes é uma das maiores.(Além de fazer contagem , ficar quieta no mesmo lugar, terminar o que começo, andar sem tropeçar, derrubar ou bater nas coisas ...) Alice sempre está pequena ou grande demais , como já havia comentado em algum post, mas essa difícil arte de me manter no tamanho adequado é uma pedra no meu sapato principalmente em meus relacionamentos de um modo geral, ao dizer sim ou não ou simplesmente não dizer nada. Antes era tagarela, destemida e antisocial . Hoje sou introspectiva, condescendente e um pouquinho mais sociável mas ainda sou tão atrapalhada como antes. Talvez tenha conquistado algumas coisas e regredido em outras. Antes era muito mais "Muitaz", perdi minha "Muiteza" ao receber rótulos, críticas e rejeição.Perdi a espotaneidade mas ganhei diplomacia, às custas de uma superficial placidez externa e um furação interior que adormece entre meus dentes. Fui esticada , encolhida, acusada de ser Alice , de não se Alice também. Não consegui me fazer entender mesmo quando sou transigente e compreensiva . Ainda junto os cacos da minha personalidade difundida entre o Mundo real e o mundo subterrêneo . Será que alguém pode devolver meu tamanho real na medida certa das coisas?

segunda-feira, 11 de junho de 2012

Durante minha adolescência escutava bastante Legião Urbana pois me identificava com as letras , algumas achava a cópia exata de mim mesma. Acho que muitas delAs tem a ver também com esse "jeito TDAH de ser" , por isso postei essas 3 letras de música aqui e resolvi fazer uma enquete : qual dessas músicas você se identifica mais? (enquete à direita desse post.)


terça-feira, 29 de maio de 2012

ALICE ESCORREGA NA PRÓPRIA LÍNGUA

A TEMIDA IMPULSIVIDADE TDAH


Língua ferina, boca frouxa, mal-educado, fofoqueiro, incoveniente ... e muito mais coisas de uma imensa lista de outros nomes que somos taxados por sermos assim... um tanto impulsivos. Claro que no meio de tanta coisa existe também a personalidade e os valores de cada um , mas atropelamos as pessoas frequentemente e muitas vezes "quase sem querer". Muitas vezes já pensei em cortar um grande pedaço da minha língua pra ver se resolve , até que seria uma solução rápida mas inútil pois só faria me mutilar em vão. Então resta-me trabalhar esse ponto até me exaurir já que falar sem medir as consequências e agir com impulsividade na maioria das vezes causa situações constrangedoras, desnecessárias e desgastantes. Além disso, mesmo quando estamos cobertos de razão , temos que entender que por tras de um acontecimento existem várias verdades e a nossa é só mais uma delas e que depois da grande explosão causada por algumas "palavrinhas fujonas" temos que administrar nossa própria consciência repetindo, como um mantra a nos torturar, todas as besteiras dos últimos minutos, principalmente quando não era exatamente aquilo que gostaríamos de ter dito . Tropeçar na própria língua é um acontecimento inglório que nos faz cair mais uma vez no infinito buraco que sempre insistmos em cair perseguindo aquele apressado coelho de casaca. Acorda Alice , nem sempre dá para dizer tudo o que se sente e o que se pensa , nem nos nossos sonhos mais esquisitos.







domingo, 6 de maio de 2012

ALICE COMEÇA A VENCER O JAGUADARTE

TDAH 1 X 10 CEREBRO

Tenho tentado reagir às minhas limitações em vez de continuar me lamentando por não consegui. Já que consegui uma certa estabilidade emocional no meu trabalho (não posso dizer o mesmo da minha vida amorosa , página de outro capítulo), tenho tentado me dedicar mais aos estudos. Estudar pra mim sempre foi uma verdadeiro martírio , não pelo fato de eu não gostar mas porque é algo obviamente que exige concentração, dedicação e disciplina , algo escasso em mim e na maioria de vocês. Sempre achei que fosse preguiça ou coisa do gênero , pensamento que vai contra a minha chama intensa e eterna de querer sempre mais de tudo , o que não se encaixa com a personalidade de alguém preguiçoso. Gosto muito de ler livros , se não gosto da leitura , não adianta insistir pois não consigo seguir em frente , só quando é imprescindível. Quando gosto, tenho mania de olhar as páginas, quantas tem, quantas li e quantas faltam. Sinto prazer nisso , não me pergunte o porquê. O fato é que não consigo controlar esse meu impulso. Assim, resolvi adaptar isso às listas , cada vez mais necessárias a alguém tão esquecido. O que fazer então para não esquecer das listas? preguei na parede do meu quarto perto da minha cama. depois fiz uma listas dos assuntos que tenho que estudar e agora me sinto estimulada em riscar a cada tópico que termino. Outra coisa que comecei a determinar nos meus momentos de estudo é estabelecer uma relação de recompensa. Como estudo no computador , fiz uma relação com a "obrigação"/estudar com o que gosto de fazer nele/jogar e assistir ao meu seriado preferido (Dexter). Então, só mereço fazer o que gosto quando cumpro minhas obrigações, como uma recompensa e não deixa de para mim ser um desafio , um tipo de jogo mental contra mim mesma.Tem funcionado por enquanto, mas obedecendo o meu próprio ritmo. Espero que continue dando certo pois já consegui marcar um ponto contra o meu próprio cérebro. 

domingo, 22 de abril de 2012

ALICE PÓS-GUERRA

Resiliência TDAH :
Ser resiliente quando se tem uma baixa tolerância à frustração pode se tornar uma produção Hollywoodiana para um TDAH. Digamos que já consegui algum sucesso em grandes eventos da minha vida , por isso podemos dizer que sobrevivi a eles sem detonar a cidade de Nova Iorque. Olhando para trás , quando tive a minha última grande crise , que acarretou, entre outras coisas, uma depressão medonha , ou na minha vida , a Décima Guerra Mundial, pude tirar muitas coisas boas e importantes quando a poeira baixou e quando as tropas inimigas se foram. Entre os escombros descobri a minha condição de TDAH, procurar ajuda e me tornar uma pessoa bem melhor do que era , mais consciente, menos egoísta e mais controlada. Pode entender tantas coisas sobre mim e sobre os outros , como também percebi tantos bons amigos ao meu lado, que não tive outra opção senão lutar contra a frustração e a tristeza. Revolvi o que sempre protelava e mudei alguns pontos da minha vida que não estavam dando certo em vez de sofrer demais como um romântico do Século XIX, em vez de continuar me comportando como um zumbi decadente ( logo eu que nunca paro), resolvi tomar as rédeas da minha vida (pelo menos aonde pude). Você pode pensar : parece fácil. Claro que não é, mas qual é a graça se seria? Enfim , não sou uma "Pollyanna" (de Pollyana Moça) mas a gente pode escolher entre viver com a cabeça enterrada num buraco raso ou cair profundamente num buraco que te levará para um mundo maravilhoso e cheio de desafios , a escolha é sua.

quinta-feira, 29 de março de 2012

PARABÉNS , ALICE!!!!

1 ANO DE BLOG.

Nem acredito que consegui tocar esse projeto (por razões meio óbvias). Um ano de blog e posso dizer que estou muito satisfeita com o resultado. Como já postei antes, em princípio a minha intenção quando comecei a escrever era a despretenciosa idéia de fazer um manual de instruções de mim mesma para as pessoas mais chegadas (principalmente por minhas trapalhadas homéricas) quando descobri que tinha TDAH. Também entrei na rede porque gostaria de compartilhar e trocar informações com pessoas que viviam os mesmos problemas desse transtorno. Continuei com o meu próprio rítmo , não obtive muito êxito enquanto manual mas recebi algumas mensagens que me encorajaram a continuar e hoje estou aqui muito feliz porque não consigo mais não me ver como Alice. Esse Blog virou meio que um olhar diferente de mim mesma, continuação da minha terapia.e uma maneira de interagir com as mais diferentes pessoas. Gostaria de agradecer todas as pessoas que de alguma maneira contribuiram para o sucesso desse projeto, seja apenas lendo, comentando ou criticando. Sejam bem vindos ao Mundo de Alice e muito obrigada pela força, pois continuarei, graças a vocês , a minha saga entre o mundo real e o País das Maravilhas.

quinta-feira, 22 de março de 2012

ALICE X PESSOAS

A BAIXA AUTO ESTIMA TDAH.

No mundo de Alice , um diagnóstico preciso na infância pode ser a diferença entre se tornar um adulto confiante de si ou não. Pessoas com TDAH que não são diagnosticadas na infância sofrem a vida toda recebendo todo o tipo de rótulos e geralmente são hostilizadas e se tornam hostis no mundo bem adverso do seu. Geralmente pessoas não conversam com coelhos de casaca nem se ausentam para viajar por outros mundos. Nossa mente corre incessantemente em busca de aventuras , nos dispersamos com muita facilidade das nossas obrigações , das regras , das outras pessoas... enfim , dificil é controlar esse furação que existe dentro de nós. Numa vida cheia de fracassos , foi muito difícil para mim criar mecanismos para sobreviver a algo que estava fora do meu controle e que eu nem sabia o que era. Sempre coloquei a "culpa" em mim mesma , rejeitando isso que existia dentro de mim , que me impossibilitava de manter o foco nas atividades diárias. Achava que simplemente era preguiça e sempre fui taxada de pavio curto , gênio ruim, agressiva e revoltada . De tanto as pessoas falarem acreditei realmente que era exatamente assim. Por que não consegui me relacionar com os outros sem feri-los , sem intempestivamente dizer coisas no calor da emoção ou simplesmente fazer barulho por nada.? Hoje , por mais que esteja administrando melhor meus sentimentos, tenho receio de muitas coisas , sinto-me insegura em relação a mim mesma, tenho uma auto estima baixa e desenvolvi uma ansiedade que muitas vezes me corroe por dentro. Tenho fobia social , sofro toda vez que tenho que me aventurar em um novo ambiente , me fecho como um caracol e só me sinto à vontade quando estou com meus amigos íntimos. Na faculdade , quando tinha um trabalho em grupo ou fazer uma apresentação para a turma sofria desde o primeiro momento em que era comunicada pelo professor até dias depois da apresentação pois não consigo controlar meus pensamentos quando falo em público e geralmente o resultado é desastroso. Não é à toa que Alice não tenha pudores em conviver com criaturas estranhas do Mundo subterrâneo, na realidade ela se sente mais parecida com eles.

quinta-feira, 15 de março de 2012

VIDA DE ALICE

TALVEZ SÓ AS MÃES SEJAM FELIZES.

Seres tão maravilhosos e em muitos momentos perfeitos mas que em outros nos ferem de morte. Não levem para o lado pessoal , mães TDAHs ou de TDAHs ou não. Estou aqui falando como filha que nem tem filhos ainda. Não pretendo aqui neste Blog cientificar nada, nem ser a dona da verdade ou me fazer de maior vítima da humanidade , apenas exponho meus sentimentos e tento compartilha-lhos com vocês que me leêm nesses momentos. Minha mãe não aceita meu diagnóstico (acontece muito ainda com os pais de filhos com TDAH) nem a possibilidade de sua filha não ser "perfeitinha" , apenas ignora o fato de que não sou igual aos meus irmão como nenhum irmão é. Não posso viver minha vida como ela acha que é (conflito mais casual entre pais e filhos). Por que não digo isso a ela ? Já falei milhares de vezes, inclusive que não sou mais o bebê da mamãe. Até aí , normal. No começo, quando descobri a possibilidade de ter TDAH, tive a ideia de escrever num Blog para fazer uma espécie de manual de mim mesma para quem convive comigo pois sempre tive a dificuldade de me fazer entender e até mesmo de fazer com que as pessoas me levassem a sério pois sempre recebi os mais variados rótulos que um ser humano poderia receber e ainda sim continuo tentando descola-los da miha pele , alguns se borraram e continuam com aquela cola preta de séculos , impregnada como uma sujeira , escura , para me lembrar a quê ela sempre pertenceu. Alguns foram embora com a minha infância mas muitos deram lugar a esses. E , finalmente alguns , continuam aqui bem visíveis como uma tatuagem e talvez só possa sair com algumas sessões de laiser. Voltando ao Blog, para a minha frustação pessoal não posso contar muito com a leitura de meus familiares e amigos que não demonstraram interesse algum por ele (Come exceção do meu namorado, estudante de psicopedagogia ). Com algum tempo , esse Blog virou uma espécie de complemento da minha terapia , e confesso que me senti bastante realizada quando percebi que pessoas desconhecidas acessam meus posts e fico muito feliz quando recebo comentários, sejam eles quais forem, e de sentir que posso compartilhar tudo isso com as mais variadas pessoas da rede. Quando a minha mãe , família e amigos que não compartilham isso comigo, continuo amando-os mais do que nunca pois aceito suas escolhas e posso dizer que agradeço a imensa sorte de tê-los em minha vida.

domingo, 4 de março de 2012

ALICE...QUEM É ESSA?

CAOS TDHUMANO.

 Hoje eu não sou Alice, não sou Giselle, não sou ninguém em especial. Sou apenas alguém que se sente injustiçada por outro que se sente injustiçado. Tenho meus motivos e todos têm os seus. Numa guerra todos lutam por seus territórios e muitas vezes pelos dos outros também. Na vida também vejo que é assim. Mas exatamente hoje, exatamente hoje que não sou ninguém , não quero ser nada e não sou nada em especial, nem a maior vítima da humanidade, nem alguém feliz; alguém "normal" (se é que a normalidade existe) nem alguém com TDAH. Sou apenas um número no IBGE, nas estatísticas que não mostram meus medos, meus sonhos , minhas mágoas , minhas frustações. Sou alguém que talvez ainda não tenha aprendido a amar ou que espera "muito" de quem se ama (mas o que é o muito para quem ama senão o infinito?).Talvez não saiba quem somos, nós humanos, mas principalmente quem sou além de uma ponto preto pra quem me vê lá de cima. Alguém que não se vê no mapa mas que abstratamente está em algum ponto minúsculo, imperceptível...  mas me vejo por dentro também embaçada, imperceptível para muitos, com um destruidor redemoinho a aniquilar os neurônios da minha cabeça, tento descobrir sentido para as minhas perguntas existênciais ... amassando meus sentidos tento expremer algo sereno no meio do caos e tento encontrar alguma substância onde possa classificar na tabela periódica , nas leis da física , na neurociência ou no dicionário. Acho que nem sei quem sou ao certo.E você que me lê, quem é?

domingo, 26 de fevereiro de 2012

UMA ALICE PARA VÁRIOS MUNDOS

A INCONSTÂNCIA  DO MUNDO TDAH

Um TDAH e seus vários mundos. Se pudessemos compartimentalizar nossos humores, anseios, projetos e desejos ... haveria muitas pessoas dentro da mesma. Todo mundo é assim , claro, desempenhamos vários papéis ao longo da vida. Não podemos fazer as mesmas coisas que fazemos em casa ou com nossos amigos íntimos no nosso ambiente de trabalho. O que diferencia as "Alices" no gênero feminino ou masculino é a inconstância nos mesmo ambientes , é a confusão de dentro de nós mesmo. Podemos váriar de engenheiros à poetas no mesmo dia. Eu , por exemplo, sinto uma dificuldade muito grande de me encontrar no sentido profissional pois flutuo no meio de vários projetos. Tento priorizar um ou outro mas minha cabeça não para de "girar". Faço psicoterapia há mais de um ano e consegui avançar bastante no convívio com as pessoas , acho que estou menos egoísta e mais organizada , até tenho uma agenda que habitualmente (entre altos e baixos) uso mas ainda não sei "o que quero ser quando crescer" mesmo depois de bem crescidinha. Os avanços nesse sentido têm sido muito escasso , o que não significa que eu, com a minha enooorme teimosia, vá desistir de acertar bem na cabeça da mosca. Alices percorrem coelhos de casaca , mesmo que as pessoas tendam a dize-las que isso não existe.    

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

ALICE RESPONDE AOS "LEIGOS"

RESPOSTA AO COMENTÁRIO DO SR. IVAN MONTICELLI JR.(ver em comentários à direita)

O Blog "Alice luta diariamente contra os Jaguadartes" retrata a vida de Alice (que não é meu nome de batismo) , logo , uma espécie de fake (só no nome) , onde , eu relato e compartilho minhas experiências pessoas e meus sentimentos, uma montanha russa confusa e váriável. Não tenho a pretensão de ser uma expert em TDAH , até mesmo porque descobri que tenho esse transtorno depois de adulta e desde esse momento faço terapia e tento buscar respostas para meus questionamentos seja com a minha psicóloga ou através de pesquisas na internet e em livros especializados. Como TDAH que sou, não tenho muita paciência em me aprofundar no assunto mas basicamente sei que as pessoas não são iguais e além dos transtornos existe a personalidade de cada um e diversos fatores como as experiências vividas (no meu caso meus 30 anos de idade) e o apoio familiar (que foi muito importante para mim )... enfim , não digo que não sou egoísta, egocêntrica e muitas vezes insensível ( e quem não é ?) embora tenha trabalhado bastante esse ponto com quem convivo e peço a eles que me aponte quando me comporto assim (resultado de muitos tropeços e da terapia a que me submeto) também , como dito , tenho muitas coisas boas a oferecer (como todas as pessoas, inclusive os TDAHs... rs). Acho que já bati bastante a cabeça na parede para desistir agora em me relacionar . Me canso bastante , me sinto exausta mas essa é só a minha versão dos fatos pois tenho certeza que quem convive comigo teria outras coisas a falar e lá vem o trêm ... Tenho que defender meu lado , oras , mas minha mãe diz que André , meu namorado de 6 anos também é um santo como minha sogra também diz isso de mim por aguentá-lo, ou seja , nós nos merecemos ... kkkkkk . Amigos TDAHs , não desistam pois amar é possível . Companheiros e afins de TDAHs , bastante paciência uma cobertura dupla de disposição.

sábado, 11 de fevereiro de 2012

FELÍCIA TDAH

O MODO TDAH DE AMAR
Amar ... palavra bem complicada no dicionário de um TDAH. Amamos, como tudo em nós , de maneira bastante intensa e muitas vezes viramos escravos desse sentimento. O pior é enxergar o outro de maneira nítida pois sua imagem é projetada em uma poça d'água , quando tentamos tocar essa imagem , ela se distorce em ondas até sumir. Cair em um buraco fundo não chega a ser um problema até sentirmos a dor da queda , o contato com o impetuoso chão. E saibam ... TDAHs apaixonados , o chão sempre aparece pra nos lembrar que ele existe. Para aqueles , objeto de nosso desepero (os que amamos) , se nos amam também pedimos paciência já que a nossa é bem escassa, prudência pois a nossa é mínima, clareza e sinceridade acima de tudo mas , ao mesmo, se aventure e se desprenda da realidade e venha voar conosco pois , isso , temos de sobra para oferecer ... Ainda posso concluir com meu estado de espírito tão debilitado hoje : Adeus à inocência do tempo imutável.

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

ALICE E UM DIA DE CADA VEZ

SÓ POR HOJE EU NÃO VOU ...

Gastar ou comer por impulso ou ansiedade, chegar atrasada nos lugares, acordar em cima da hora ... enfim uma infinidade de coisas que , a grosso modo, parecem simples mas não são. Resolvi tomar as rédeas da minha vida e ir muito além do que assumir minhas dificuldades : enfrentá-las , como se enfrenta o Jaguadartes de todo dia. Já tentei várias vezes vencê-lo de uma vez por todas sem nunca mais ter que vê-lo e vejam só que continuo aqui, me rendendo às minhas frustações antigas pois os jaguadartes se multiplicam cada vez que ele vence. Não adianta fazer projetos e se determinar até perder as forças sem ir a lugar algum , temos que superar os desafios até chegar onde queremos , foi essa a conclusão que tirei desde a minha última cabeçada no fim da batalha , quando não havia mais tempo de consertar o que não fiz no passado. O coelho sempre me mostra o relógio , mostrando que estou atrasada para me encontrar com a duquesa, e que o tempo não perdoa nossos erros, nem quando caimos em buracos e vamos parar no País das Maravilhas. Dar valor ao limite do tempo presente parece bem razoável, portanto estou tentando viver um dia de cada vez.

domingo, 22 de janeiro de 2012

ALICE ESCALA MONTANHAS

PROBLEMAS : DO TAMANHO QUE A GENTE OS VÊ
Nessas minhas andanças por lugares estranhos, pude aprender uma coisa : as dificuldades sempre se tornam maiores quando a enxergamos sem procurar a solução para elas. Só depois de acabar a tempestade podemos ver os estragos que ela trouxe mas também podemos ver raios e trovões como uma ameaça maior do que podem causar diante de seus efeitos. Nós , DDAs, temos a tendência de ver as coisas muito maiores do que realmente são. Nos afobamos , sofremos , gritamos, choramos por algo que não era tão grande assim. Várias vezes temos a impressão de ver monstros no lugar de simples moinhos e nos precipitamos em destruí-lo quando, na verdade, se tivessemos apenas nos aproximado um pouco mais, teríamos visto o que claramente eram. Quando morremos afogados na beira da praia temos o horizonte inteiro diante de nós porque somos assim , exageradamente sentimos o mundo com a carne sem pele, sentindo o vento a nos ferir de morte. Não se precipite, você que está lendo e não é DDA, a nos julgar como a maioria faz e nem se acomode , você que é DDA e também lê esse post despretencioso de justificativas, pois o dia-a-dia é um exercício mental, nas coisas mais simples temos obstáculos como lembrar de nomes, atravessar a rua com cuidado, exercutar certas tarefas sem deixá-las no meio e etc, mas somos compensados pela nossa capacidade de nos superar, e estamos vivos pois o que é fácil para nós é tedioso e insosso. Temos o desafio de enxergar moinhos como moinhos, tarefas como tarefas, DDAs como DDAs, o que realmente somos e o que queremos ser um dia sem deixar de sermos nós mesmo.

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

ALICE NA CORRIDA DE OBSTÁCULOS

MAIS UMA FRUSTAÇÃO POR CAIR DO CAVALO

Numa corrida de obstáculos Alice e seu cavalo deixam os outros para trás em questão de poucos minutos, em movimentos perfeitos , ágeis , como se eles fossem um único corpo, já consegue inclusive ver a linha de chegada lá , ainda um pouco longe , mas bem mais pertos de seus rivais que nem a consegue ver. Entretanto, chega um momento em que Alice se distrai com a paisagem, existem muitas árvores frutíferas, muitas flores e animais no caminho, e até o coelho branco vestindo uma casaca que corre apressado segurando um relógio, aparece-lhe vez por outra. Quando se dá conta , Alice , por distração, deixa seu cavalo tropeçar num obstáculo. Seu corpo é projetado para frente e ela vai parar num buraco enorme que havia no acostamento da pista. E ela cai, cai, cai ... vai caindo e tentando se agarrar em algo concreto e quando consegue pegar algo, este se desfaz como areia. Quando pensa que vai ficar eternamente caindo, esta encontra o chão, ou melhor , o teto , já que o lugar está todo de cabeça para baixo.Começa um estranho jogo de xadrez que quanto mais ela tenta se aproximar de algum lugar mais distante fica dele , por mais que tente correr , sempre continua no mesmo lugar . Quando não aguenta mais cai, adormece exausta e acorda em sua pista de corrida. Para a sua desagradável surpresa todos os cavalos a ultrapassaram , alcaçaram a linha de chegada e nada há mais a fazer do que chegar lá andando sem cavalo, sem pódio , sem medalhas. Assim, acontece com muitos DDA´s quando se aventuram em seus projetos, e assim acontece comigo na maioria das vezes. Mais uma vez , senti o peso de mais uma frustação por cair do cavalo antes do fim da corrida , mas continuo andando , tentando não cair por distração no mesmo buraco que sempre teimo em cair. Tento me condicionar a levar uma corrida até o fim e como já disse repetidas vezes , o que o TDAH tem de distraído , ele tem de persistente. E a moeda , um dia virará pro outro lado.

domingo, 1 de janeiro de 2012

ALICE SAÚDA O NOVO CICLO

Feliz ciclo novo.

Festas de final de ano. Já passei algumas viradas de ano muito feliz pois aquele ano tão ruim que se passava ia embora e finalmente aqueles pesadelos e sua escuridão iam embora com as luzes dos fogos, com as ondas do mar e todos aqueles rituais de comer , beber e vestir determinadas coisas. Outros , ficava no meio da multidão me perguntando porque eu não estava tão feliz como aquelas pessoas todas e me sentia mais só e esquisita do que os outros dias do ano. Hoje vejo a virada do ano como uma coisa serena pois é só mais um dia dos nossos dias , queremos colocar ordem em nosso caos dividindo nosso tempo em partes cíclicas de uma única vida mas a impressão que dá é que tudo se renova com a virada do calendário. Conclui que não preciso fingir estar feliz se não estou , nem no dia 31 de dezembro e nem em outro dia , apenas tenho a obrigação de tentar ser feliz porque estou viva e cada dia e ano que se vai posso desperdiça-lo por pelo menos não tentar.