sábado, 27 de agosto de 2011

DEPRESSÃO : ALMAS DE ALICE

Encare a depressão como uma doença a ser combatida

Descobri que tinha TDAH quando tive uma crise depressiva mas, na verdade, sempre senti que tinha uma alma de "Alice". Existe muito preconceito sobre a depressão , o que dificulta muitas vezes que a pessoa que sofre desse mal procure ajuda. Já percebi que existem alguns pre-requisitos para se ter essa doença. Uma delas é a pré-disposição genética, a outra talvez seja uma "alma de Alice", uma sensibilidade a flôr da pele que faz com que as "micro-coisas" se agigantem diante de nossos olhos, potencializando nossos sentimentos mais profundos. Seria a vida vista por uma lupa : coisas que as outras pessoas talvez menos "alices" não percebam ou não se importem. O quadro depressivo precisa ser levado a sério , pois muitas pessoas ainda acham que é besteira , coisa de gente fraca, sem fé , negativa , que não sabe o que outras pessoas sofrem pelo mundo. Você não precisa passar fome ou estar com uma doença incurável , ou perder um ente querido para ficar depressivo. O que a gente sente não pode ser mensurado através dos outros e sim , de nós mesmos , pois sentimento é algo muito subjetivo. Portanto, quem sofre desse mal , deve procurar ajuda sim , de médico e de terapeutas pois não se sai desse quadro sem ajuda de especialistas. Eu, Alice , que luta diariamente contra os Jaguadartes do cotidiano , procurei ajuda e não me arrependo nem por um segundo. Procurei um clínico geral que confiava , depois fui a um psiquiatra , não gostei dele, mudei de psiquiatra e comecei a fazer terapia. Descobri muitas coisas legais a meu respeito , e apesar dos meus altos e baixos , posso dizer seguramente que me tornei uma pessoa melhor , e que sem ajuda desse profissionais , dos meus amigos e da minha família , não consegueria nem me levantar da cama todos os dias. Deixo aqui , a quem posso ler esse desabafo , um incentivo de coragem para encarar seu Jaguadarte pessoal e mudar sua situação , acredito que provisória e metamórfica , para um novo país da Maravilhas de muita paz e alegria.

sábado, 13 de agosto de 2011

O País das maravilhas : um mundo novo a ser explorado.

TDAH : Rotina x Novidade

Alice cai no buraco e se depara com um mundo novo a se explorar. Esse mundo é bastante diferente do "real" em que ela está acostumada, é assustador mas ao mesmo tempo fascinante. À medida em que ela adentra em sua fauna e flora exuberante , ela fica cada vez mais curiosa... O hiperativo também é assim. Seu cérebro se delicia com desafios, mudanças, o novo é tão atraente enquanto é novo pois este dá a ele a oportunidade de sonhar , fazer planos , estimular-se e romper barreiras. Um ambiente inexplorado pode lhe causar dor (principalmente nos adultos que foram diagnosticados tardiamente pois geralmente são inseguros em ambientes novos , já que sua vida foi traçada por rótulos, constragimentos, situações embaraçosas, rompimentos) mas essa dor quando rompida a barreira do medo , pode significar um mundo de possibilidades. O TDAH geralmente é averso à rotina, a repetição não o estimula e não o mantém  concentrado em tarefas que não estimulam sua mente inquieta. É por isso que Alice fatalmente estará pre-destinada a seguir o coelho branco ou qualquer coisa inusitada que chame a sua atenção e ao mergulhar de cabeça no "buraco-portal" estará visitando novamente o País das Maravilhas.